JUROS DEVEM SUBIR ESTA SEMANA

04 junho. 2011

Em sua próxima reunião que terminará na quarta feira (8 de junho), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, muito provavelmente deverá optar por um aumento na taxa Selic em 0,25 ponto percentual. O comunicado e a própria ata da reunião deverão também trazer indicações sobre a intensidade e a duração que poderá ter o ciclo de aperto monetário. A maioria dos analistas acredita que ainda poderão ocorrer mais dois aumentos de 0,25 cada um, o que elevaria a taxa básica para 12,5% ao ano. Mas não está descartada a possibilidade de um terceiro aumento que levaria a Selic a 12,75% ao ano, uma vez que o Banco Central parece disposto a fazer o que for necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2012. Os sinais emitidos pelas autoridades monetárias são de que o Copom não se deixará influenciar pelos dados referentes a redução da inflação em maio (e as expectativas de um índice bem baixo em junho e julho) e a queda da produção industrial ocorrida em abril. O último boletim Focus prevê que o IPCA do próximo ano estará em 5,1%. Cabe à política monetária, através da taxa de juros, reduzir essas previsões para algo próximo do centro da meta, de 4,5%. Para a inflação convergir para esse patamar, no ano que vem, é indispensável que o crescimento da economia, nos próximos 12 meses, fique aquém do Produto Interno Bruto (PIB) potencial, cuja estimativa atual gira em torno de 4,5%.Há indícios de que está efetivamente ocorrendo uma desaceleração da economia neste segundo trimestre – com o PIB crescendo mais perto do seu potencial. A questão que surge é se o Copom terá autonomia suficiente para continuar aumentando os juros, se isso for necessário, nos meses em que a inflação estiver baixa.

É interessante notar que vivemos um raro momento em que aumentos das taxas de juros podem, por paradoxal que possa parecer, ser benéficos para o mercado bursátil. É que esses aumentos indicariam a firme determinação das autoridades monetárias em conter a inflação. Isso é tudo o que o mercado deseja.

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